29.6.09

A Região do "faz de conta"

Segundo um estudo publicado no Boletim Económico da Primavera do Banco de Portugal, o país à beira-mar plantado tem 2 milhões de pobres, ou seja 1 em cada cinco portugueses é pobre, e destes pobres 300.000 são crianças.
Em termos regionais as taxas mais altas de pobreza são nos Açores, na Madeira e no Alentejo.
Afinal a Região do famoso “superavit”, das Portas do Mar, das SCUT, dos Abba Gold Erope e da Olga Roriz, dos espectáculo pirotécnicos, dos barcos inter-ilhas que transportam jovens a 1 euro, do Atlântida, do Anti-ciclone, do Expresso Santorini, do pleno emprego, dos milhões desperdiçados nos “futebóis”, dos campos sintéticos, das marinas, dos DJ,s e das bandas de fora, do Blasted Mechanism, dos complexos de piscinas, das Casas de Espectáculo, das inúmeras Empresas Municipais é um embuste. É uma Região do “faz de conta”. Por que afinal continua a ser uma região de pobres.
Um em cada cinco Açorianos afinal é pobre. São quase 50.000 açorianos que vivem abaixo do limiar da pobreza. E vivem com enormes dificuldades para satisfazerem as suas necessidades básicas: alimentação, vestuário, calçado e habitação. Para nem falar nas necessidades de educação e de cuidados de saúde.
A Região Autónoma dos Açores, passados 32 anos da sua autonomia constitucional, e depois dos milhões e milhões investidos (ou será gastos?), afinal não sai da cauda de Portugal e da União Europeia. Confrangedor!
E parece que esta Região tornou-se uma coutada de políticos irresponsáveis, niilistas e oportunistas. Políticos que se esqueceram das pessoas, especialmente dos 50.000 Açorianos mais necessitados. E esqueceram-se dos 80.000 açorianos que não têm médico de família e dos 4.300 doentes à espera de cirurgia no HDES, alguns há mais de 2 anos. E dos milhares de idosos que nas farmácias compram apenas parte dos medicamentos por falta de recursos financeiros. Políticos que estrangulam financeiramente as IPSS alegando falta de recursos, quando são estas que prestam um serviço relevante especialmente à infância e à terceira idade.
Uma Região onde a droga propaga-se por todo o lado, o alcoolismo não dá tréguas enquanto os políticos devaneiam e discutem inutilidades e enredos partidários na Assembleia, ou congeminam altercações partidárias pelos corredores das secretarias regionais ou mesmo deambulam planeando o foguetório nos paços dos vários concelho ou até divertem-se no Teatro Micaelense, no Coliseu e na Açores Arena, quiçá todos de pretensa consciência tranquila.
Estranhas prioridades têm estes políticos que não atendem às verdadeiras necessidades das pessoas. Que só perseguem obras e mais obras, muitas inúteis e faustosas, propagandeadas e “trabalhadas” por jornalistas avençados ou lacais de última hora.
Possivelmente a explicação está no Bloco Central de Interesses (BCI), bem caracterizado pelo ex-autarca do Porto Paulo Morais. O BCI é constituído por um conjunto de interesses que atravessa transversalmente a sociedade: políticos, governantes, autarcas, empreiteiros e especuladores imobiliários.
E ao que parece o BCI tomou conta destas ilhas e destes políticos. E que actuam para si e para uma elite que à sua volta gravita. Deixando milhares e milhares na pobreza. Triste sina esta!

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